Muita coragem é necessária para mergulhar no escuro absoluto das águas extremamente poluídas do rio Tietê. Essa característica José Leonídio Rosendo dos Santos tem. Há 20 anos ele mergulha no rio Tietê para tirar lixo de maior porte de obstrui turbina da barragem.

É um mergulho no escuro total onde ele tenta reconhecer o que encontra pela frente pelo tato. Há duas décadas, cadáveres humanos eram retirados diariamente. Agora é mais raro. Além das "bizarrices" existem geladeiras, fogões e todo tipo de lixo de grande porte que "vai parar" no rio. Para realizar este serviço ele ganha em média R$ 2mil. Antigamente era melhor remunerado pois muito poucos tinham coragem de fazer o que ele faz com roupas e equipamentos precários. Agora,  roupas de mergulho mais seguras e o aumento da procura por uma remuneração, fizeram com que o salário caísse.

Imaginar essa rotina é, para muitos, impossível. Como alguém faz esse tipo de trabalho? Imaginar que o Tietê já foi um rio limpo também. Hoje, o rio que atravessa São Paulo é um corpo de águas densas e extremamente poluídas.

Existem tantas soluções interessantes que tiram da água, dos mares e dos rios a responsabilidade de transportar e acolher o lixo humano… Que elas se popularizem logo.