Não foi à toa que o golfe voltou aos Jogos Olímpicos justamente no Rio 2016. Para realizar a competição que marca o retorno do esporte ao maior evento do planeta após 120 anos, um projeto minucioso de recuperação ambiental foi desenvolvido para receber a modalidade.
O aumento da vegetação na área de proteção ambiental, proporcionado pela construção do Campo Olímpico de Golfe, garantiu o retorno de animais de diferentes espécies e a ampliação da biodiversidade em uma área antes degradada, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. É o que comprova um laudo pericial divulgado em março pelo Tribunal de Justiça.
Entre os ganhos ambientais descritos destaca-se o aumento de 167% na cobertura vegetal da região. Registros apontam a presença de 263 espécies animais na região atualmente, em contraponto às 118 mapeadas antes das obras.
O Campo Olímpico de Golfe, localizado entre a praia da Barra, a Lagoa e a Reserva Ecológica de Marapendi, já é considerado pela Federação Internacional de Golfe, um dos 10 melhores campos do mundo.
“No momento em que a área recupera a sua biodiversidade, ela passa a ser um importante esteio da manutenção da biodiversidade e, consequentemente, uma agente indutora dessa biodiversidade”, diz o laudo, que aponta que o terreno é frequentado por diferentes espécies de aves e mamíferos.
Antes do início das obras, cerca de 80% da área total do terreno havia sido degradada devido às atividades de extração de areia, e fabricação e depósito de pré-moldados de concreto. “A descaracterização do ambiente natural, entre meados da década de 80 e o início da década de 90, levou ao surgimento de uma extensa área antrópica, ou seja, sem vegetação”, indica o documento.
A capivara é uma das diferentes espécies de animais que podem ser encontradas na região.