Alimentação Inteligente com Malu Paes Leme

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Como tudo na vida é um processo construtivo, a trajetória da Chef frudívora Malu Paes Leme não podia ser diferente. "Vegana, macrobiótica, crua, viva…são tantas opções de dietas vegetarianas que é até difícil compreender todas as nuances" – disse em seu livro. Aos 17 anos, ela se descobriu vegetariana ao assistir “A Carne é Fraca”, do Instituto Nina Rosa, e mergulhou numa filosofia de auto-conhecimento até chegar ao frugivorismo, sua atual alimentação.
 
Nessa nova etapa da vida, Malu conheceu o livro “The 80.10.10 Diet” ,do médico americano Douglas Graham, que estimulou ainda mais o fomento pela sabedoria nutricional crudívora. Segundo Graham, nosso organismo precisa de 80% de carboidratos, 10% de gordura e 10% de proteínas. Tudo cru e natural. 
 
Depois de muita pesquisa na internet, investimentos em livros, cursos, dinâmicas, trabalhos em restaurantes e eventos, blog, ela lançou o livro “Alimentação Inteligente – Receitas Naturais”. Nesta obra, Malu passa para seus leitores todo seu conhecimento sobre a low fat raw vegan (dieta hipolipídica vegana crua, em português) – receitas que só permitem alimentos frescos, maduros, integrais, veganos, orgânicos e crus. Condimentos nem pensar, a não ser ervas frescas como manjeiricão ou alecrim, se possível, colhidos na própria horta da casa.
 
Confira a entrevista!
 
Como você se tornou vegetariana?
A gente não vira vegetariana, nós descobrimos isso. E no meu caso foi aos 17 anos, quando pude ver uma realidade não mostrada no filme “A Carne é Fraca”, do Instituto Nina Rosa. A partir desse dia eu mudei a minha forma de enxergar os alimentos e hoje vejo que a alimentação vegana é a mais adequada para biologia humana. Autores como Colin Campbell, -do livro The China Study– ,  e Douglas Graham -The 80.10.10 Diet – foram a minha fonte de estímulo e conhecimento que carrego hoje.
 
Você pratica esportes? 
Eu corro, remo, ando de skate, bike e acrobacia aérea. O ser humano é atleta por natureza. Quando comemos nosso alimento biológico o organismo funciona muito bem. É o combustível perfeito!
 
O que você acha da bebida?
A bebida é mais uma fuga do ser humano, uma forma de sair da realidade. Na verdade não existe certo ou errado, existe consciência e consequência. Muitos jovens encontram-se perdidos e desmotivados, por isso é necessário trabalhar o autoconhecimento. Buscar a felicidade dentro de si e não fora.
 
Como funciona o frugivorismo?
Antes preciso lembrar que frugirvorismo é diferente de frutarianismo. A alimentação frugívora engloba as frutas (como base energética), os vegetais, as verduras e poucas nozes e sementes – tudo cru!
Nós temos uma memória afetiva – hábitos de comer pão branco, biscoitos, sorvetes, pizza – com os alimentos e eu procuro substituir tudo isso da forma mais natural possível. Procuro usar pouco condimento nas receitas e nada de sal nem azeite, dando preferência as ervas para temperar. Dessa forma você acaba descobrindo o verdadeiro sabor dos alimento. O objetivo é sentir a verdade nua e crua, chega de comer ilusão. A carne, por exemplo, não faz parte da nossa natureza, se fizesse comeriamos ela crua como os animais carnívoros. A alimentação é fácil e simples, basta conhecer.
 
Que temas o livro Alimentação Inteligente aborda? Tem receitas?
O livro é baseado no higienismo, é bem simples de ler. Tem receitas saudáveis e rápidas, que causam o mínimo de impacto ecológico. Respeitam também a fisiologia e anatomia humana, priorizando as frutas como alimento ideal, e como complemento as verduras, os vegetais e algumas poucas sementes. Os pratos não levam adição de sal, açucar e outros temperos e condimento; também não é preciso comprar alimentos caros e importados – damos preferência aos locais e da estação; não utilizamos  nada de origem animal e que tenham passado por processos de industrialização. Nós não somos o que comemos, mas sim o que absorvemos. É preciso utilizar os sentidos de forma consciente e natural, sem artifícios.
 
Antes do livro você já praticava alguma ação em prol do vegetarianismo?
Sim. Tenho um blog chamado Alimentação Inteligente, que passo informações pouco divulgadas na mídia sobre alimentação e vida saudável. É um blog de reflexão e autoconhecimento. Além disso eu dou consultoria de adaptação ao frugivorismo, aulas, oficinas e dinâmicas.
 
Em algumas de suas reflexões você usa a frase de Gandhi “Seja você a mudança que você quer ver no mundo”. Me fale um pouco sobte essas mudanças.
Quando você muda suas ações, suas verbalizações, você muda a sua forma de enxergar o mundo. As frustrações, as catástrofes, as guerras, todas essas coisas negativas é a forma que muitos criam, e que nem sempre precisa fazer parte do seu mundo. A mudança é de dentro para fora. O que eu faço aqui tem impacto no Japão…sério, meu livro foi parar lá! Por isso que falo que é importante fazer sua parte, levar conhecimento a quem não tem e mostrar as oportunidades.
 
Você pensa em fazer nutrição? O que acha da alimentação diante dos padrões tradicionais?
Sempre pensei em fazer nutrição, mas acho que mais pelo diploma. Hoje estudo a nutrição que acredito e acho que vai me ajudar a ter mais base na faculdade…até porque eu vivo a prática e estudo também! Participei de um debate na Faculdade Veiga de Almeida junto com a nutricionista Gabriela Samico sobre vegetarianismo, que ficou bastante interessada no meu trabalho. Ela disse que pessoas como eu deveriam entrar na faculdade, pois é uma proposta diferente e a pesquisa sobre vegetarianismo ainda é pequena nos cursos tradicionais de nutrição. Muita gente ainda olha a alimentação da forma como cria a vida – dentro dos próprios valores e padrões – e acabamos sendo tratados como máquinas. Eu antes de dar consultoria procuro entender a pessoa. Tem que ser aos poucos e sem sofrimento.
 
Qual é a didática dos cursos que você ministra?
Eu faço dinâmica com as pessoas normalmente. Trabalho com o despertar de todos os sentidos, pois a alimentação inteligente no meu entendimento vai muito além de só comer : o que você ouve, o que você vê, o que você cheira, o que você come, é tudo, como você está vivendo e sentindo a vida. Procuro passar para meus alunos uma maneira integrada e não fragmentada. A atividade física, pegar sol, dormi bem, respirar ar puro, tudo isso é necessário para a saúde humana. A alimentação só facilita esse processo. Nas oficinas meus alunos tem a oportunidade de experimentar alimentos diferentes dos que estão acostumados e de provarem os que são de uso habitual na forma ideal para serem consumidos. Eles criam, experimentam…o gosto é pessoal, só dou as coordenadas.Sempre dou preferência a produtos nacionais – a redução das pegadas ecológicas também faz parte do processo!
 
 
Você trabalha? Me fale um pouco dos seus planos para o futuro.
Sou autônoma. Dou consultoria, realizo oficinas, invisto no que eu acredito. Eu tenho um projeto para colocar aulas em DVDs sobre alimentação, dicas e culinária. Também darei cursos fora do Rio de Janeiro.
 
Você se considera ecologicamente correta? O que você faz para contribuir com a preservação planetária?
Eu procuro ser o mais natural possível: Fiz um curso de cosméticos naturais com Rafael Muniz -do Cosmética Viva – e aprendi a fazer shampoo, desodorante, pasta de dente, produtos de limpeza, entre outros; uso Mooncup ou Abiosorvente naquele perído que só as mulheres passam; tenho uma hortinha e faço compostagem do meu lixo; ando muito de bike e a pé para sair de casa; banho quente nem pensar, só tomo frio; raramente uso plásticos, mas se eu usar lavo e reaproveito; minhas lâmpadas são de Led e não tenho ar-condicionado. E como eu ia me esquecendo, sempre faço brechós aqui em casa e compro muito neles também. Tenho um Guia de Brechós do Rio de Janeiro!
 
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